quarta-feira, 25 de abril de 2012

Projeto pode reduzir em 20% as mortes por infarto

Atualmente, existem algumas medidas e procedimentos que devem ser feitos no momento que o paciente com infarto chega ao hospital. Porém, o diretor do projeto e do Instituto de Pesquisa do HCor, Otávio Berwanger, disse em entrevista a Folha de S. Paulo, que na prática, muitas vezes, esse procedimento não é seguido. “Não é que os médicos não conheçam as diretrizes ou sejam mal-intencionados. Também não é por falta de medicamentos. Mas a emergência pode estar lotada e isso torna muito fácil deixar passar algum procedimento”, disse.

Mas, você sabia que medidas simples e de baixo custo podem aumentar a eficácia desse procedimento e reduzir em 20% as mortes pela doença?

Sim, isso é possível. O programa Bridge (Brazilian Intervetion to Increase Evidence Usage in Practice), desenvolvido pelo HCor (Hospital do Coração) em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica, definiu e testou maneiras de aumentar o seguimento, por parte de médicos e enfermeiros.

O projeto faz parte do Proad (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde) do Ministério da Saúde, uma parceria do governo com hospitais privados considerados de excelência.

O objetivo do programa era fazer com que a equipe médica prescrevesse todos os remédios que devem ser dados nas primeiras 24 horas após o infarto.

Crédito: Willian Mur/Editoria de arte/Folha Press

O projeto apontou que a taxa de pacientes que recebem todas as terapias necessárias era de 49% nos hospitais observados. Com o projeto, essa fatia aumentou para 67,9%. Ao todo, a equipe acompanhou 34 hospitais do SUS e 1.150 pacientes (com média de 62 anos) por oito meses. Os hospitais foram divididos em dois grupos: 17 foram só observados, para ver como tratavam a doença e, nos outros 17, houve treinamento para usar o programa.

Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde do ministério, disse em entrevista para a Folha de S. Paulo, que o conceito do Bridge deverá ser adaptado pelo SUS. "O estudo mostrou que precisamos reforçar o treinamento de pessoal e monitorar a adesão aos tratamentos. Só ter o protocolo e os remédios não quer dizer que a equipe médica aderiu”, afirmou Magalhães.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...