terça-feira, 26 de junho de 2012

Fisioterapia uroginecológica em pacientes com mielomeningocele

Na semana passada falamos sobre a avaliação física para pacientes com mielomeningocele e também sobre a etapa que antecede a avaliação, conhecida como anamnese. Após as etapas de avaliação física, vem o tratamento em si, e este é o assunto que iremos abordar agora.

Hoje, o tratamento fisioterapêutico se tornou a primeira opção da maioria dos pacientes e profissionais da área, já que praticamente não apresenta efeitos colaterais. De acordo com a especialista do Nutri&Fisio, Mariana Piacentini, "cerca de 90% dos pacientes com mielomeningocele poderão apresentar algum tipo de problema urológico e através da fisioterapia é possível prevenir e tratar tais problemas". No caso das disfunções do trato urinário, as ações da fisioterapia sempre dependerão do que foi visto na avaliação física.

A fisioterapia sempre visa proporcionar ao paciente a micção sem sonda, mas uma decisão só é tomada depois de uma avaliação em equipe, visando suprir as necessidades do paciente. Existem várias técnicas que podem ser passadas ao paciente. Vamos a elas:

- Retreinamento vesical para micção sem catéter: indicado para pacientes que tenham motivação, destreza manual e capacidade cognitiva, e contra-indicado para pacientes com insuficiência renal avançada.

- Percussão suprapúbica leve: usada em pacientes com disfunção vesical do neurônio motor, nesta técnica, o paciente percute levemente, com as pontas dos dedos, sobre a área suprapúbica da parede abdominal.

- Esforço ou manobra de valsalva: esta manobra proporciona força externa para comprimir a bexiga e abrir o colo vesical. Nesta técnica, o paciente coloca o antebraço sobre o abdômen e então se inclina para frente com o cotovelo descansando sobre a coxa. Antes de iniciar a manobra, o paciente executa três respirações rápidas, para ser capaz de prender a respiração durante o resto do ato.

- Manobra de crede: assim como na manobra anterior, proporciona força externa para comprimir a bexiga e abrir o colo vesical, mas com algumas diferenças. Neste caso, é utilizado o punho da mão dominante do paciente. O punho começa a fazer pressão cerca de um palmo abaixo do umbigo, desce para o abdômen e neste momento o paciente deve se inclinar lentamente. O impulso com o punho é dirigido para a bexiga e continua para baixo até que a micção termine completamente.

Ainda segundo a especialista do Nutri&Fisio, o fisioterapeuta "deve sempre incentivar o paciente a manter um diário miccional e outro fecal, a fim de ajudar no tratamento e compartilhar resultados que podem indicar quais os próximos passos a serem traçados".

Além disso, ela também lembra que é importante manter um diário de noites secas, para saber quando houve ou não micção no período noturno. O Nutri&Fisio é especializado no tratamento da mielomeningocele e lembra que a procura de um profissional capacitado é essencial em todos os casos.

Continuaremos falando do tratamento da mielomeningocele nas próximas semanas. Acompanhe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...