terça-feira, 16 de março de 2010

Consumo de carne vermelha pode aumentar risco de câncer de mama

O consumo de carne vermelha está fortemente associado ao risco elevado para câncer de mama, confirma um artigo publicado no Archives of Internal Medicine. A conclusão é mais um subproduto da análise dos dados fornecidos pelo Nurse's Health Study II , um dos maiores estudos prospectivos sobre saúde feminina já realizados no mundo. 

De origem norte-americana, o NHS reúne um universo de 116.671 enfermeiras, cujos hábitos de vida e o histórico médico vêm sendo acompanhados desde 1989. A análise sobre o consumo de carne vermelha e o risco de câncer incluiu apenas mulheres na pré-menopausa, um contingente de 90.659 indivíduos. 

Pesquisas anteriores já sugeriam a associação entre o consumo de carne vermelha e o câncer de mama, mas além de restritas ao universo de mulheres na pós-menopausa, não levavam em consideração a expressão de receptores hormonais.

As enfermeiras em pré-menopausa que forneceram informações sobre seus hábitos alimentares e estilo de vida, além de histórico médico, foram observadas ao longo de 12 anos. Neste período, 1021 desenvolveram câncer invasivo de mama. A associação entre o maior consumo de carne vermelha e a incidência de cânceres de mama foi observada em tumores positivos para receptores de estrógeno e progesterona (ER+/PR+) e não em tumores negativos para esses receptores.

Os cânceres de mama são classificados atualmente segundo a expressão ou ausência da expressão de receptores hormonais. A classificação tem implicações no prognóstico e tratamento da doença, uma vez que apenas os pacientes com tumores que expressam os receptores (ER+/PR+) obtêm algum benefício da terapia adjuvante com hormônios (hormonioterapia). Enquanto a incidência de tumores receptores-negativos (ER-/PR-) tem permanecido praticamente constante, a de tumores positivos para os receptores hormonais está aumentando, principalmente em mulheres de meia-idade. Estudos epidemiológicos mostram uma associação entre estes últimos e fatores de risco relacionados a hormônios como nuliparidade, menarca precoce, maior índice de massa corpórea e uso de contraceptivos orais.

Vários mecanismos biológicos poderiam estar envolvidos na relação entre o consumo de carne vermelha e o câncer de mama do tipo ER+/PR+. Em primeiro lugar, a carne cozida ou processada é fonte de substâncias carcinógenas como a aminas heterocíclicas (veja nota sobre hábitos de vida) e os componentes N-nitrosos e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. A utilização de hormônios de crescimento na alimentação do gado, prática que é proibida nos países europeus mas não nos Estados Unidos, pode estar relacionada ao aumento dos casos de tumores positivos para os receptores hormonais. O consumo de gordura de um modo geral também é associado com o aumento nos níveis de hormônios esteróides, em particular o estrógeno e a progesterona.

* Artigo retirado do site SegmentoFarma
**Fonte: Cho, Eunyoung ScD et al. Read Meat Intake and Risk of Breast Cancer Among Premenopausal Women. Arch Intern Med. 2006 Nov 13;166(20):2253-9

terça-feira, 2 de março de 2010

Doenças que atrapalham a vida sexual

Quando não é seguro, o ato sexual pode provocar uma série de doenças, dentre elas a Aids. Até aí nenhuma novidade. Pouco se fala, no entanto, das diversas doenças que atrapalham e que, em alguns casos, chegam a impedir o sexo. Porém, qualquer doença debilitante diminui o desejo sexual. Com dor ou doente, dificilmente uma pessoa tem vontade de transar. Sejam de natureza clínica ou de ordem emocional, como a depressão, que chega a atingir 25% das pessoas com mais de 60 anos, são muitas as doenças que contribuem para esfriar a vida sexual.

Qualquer tipo de má alimentação provoca anemia e debilidade no organismo, tirando completamente a vontade de fazer sexo. Um simples exame de sangue para detectar a quantidade de hemácias pode curar um caso de inapetência sexual, ajudando a salvar um relacionamento. A mais óbvia de todas as doenças que comprometem o desempenho na cama é a disfunção erétil, que, em menor ou maior grau, atordoa a vida da metade dos homens. A disfunção erétil pode ser o primeiro sinal de um problema cardíaco conhecido ou não pelo paciente. Devido à obstrução dos vasos na região do pênis, o sangue não consegue endurecê-lo.

O que dizer então dos vasos do coração? Portanto uma disfunção erétil, principalmente entre sedentários e obesos, é um alerta para proceder a um exame cardiológico, partindo depois então para uma avaliação com um sexólogo.

Pessoas com obesidade também costumam relatar empobrecimento sexual, ainda mais quando está associada ao diabetes, que acomete mais de 7 milhões de pessoas no Brasil e que deve atingir, segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 11,3 milhões em 2030.

Mulheres com diabetes costumam ter problemas de fungo e corrimento crônico de aspecto leitoso pela alteração do meio vaginal, causando feridas e lacerações, impedindo o coito pela dor causada. O homem deve também ser tratado para evitar recontaminação da parceira. Alterações no funcionamento da tireoide, muito comuns em mulheres na idade da menopausa, costumam acometer de 1% a 3% da população, diminuindo a libido pelo aumento de um hormônio chamado prolactina. Um simples exame de sangue é o suficiente para o diagnóstico e o tratamento.
Outro constrangimento sexual muito comum é a halitose (mau hálito), que atinge aproximadamente 40% da população brasileira, causada pela má escovação dos dentes, sendo provocada por bactérias resultantes de resíduos alimentares, podendo ocorrer também por acidez estomacal ou mesmo ansiedade.

A artrose, doença degenerativa que atinge quase a totalidade das pessoas acima dos 70 anos, costuma render muitos casos de problema na cama, pois quem desenvolve artrose de quadril costuma se queixar de dores na virilha, manca como se uma perna estivesse mais curta do que a outra, passa a ter dificuldades de se movimentar e até em realizar tarefas simples, como calçar meias e sapatos. O ato sexual pode ficar comprometido por causa da limitação dos quadris.

Portanto, para uma vida sexual saudável e alegre, é necessário desde cedo investir na saúde, realizando um exame médico completo anual, pois assim sua vida sexual se prolongará mais.

* artigo escrito Escrito por Dr. Amaury Mendes Junior, publicado no site IdMed
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